sexta-feira, 10 de julho de 2020

A colonização portuguesa na América - Atividade de 13/07 a 31/07




Colonização Portuguesa - Habilidades desenvolvidas: Estabelecer relações entre as formas de colonização portuguesa, espanhola e inglesa, identificando as suas semelhanças e diferenças.

Passo1: Assista com bastante atenção a seguinte aula sobre a Colonização Portuguesa na América:



Passo 2: Leia o seguinte texto e depois responda as questões:


No tempo do pau-brasil

Entre 1500 e 1530, além de enviarem algumas expedições de reconhecimento do litoral (guarda-costas), os portugueses estabeleceram algumas feitorias no litoral do Brasil, onde adquiriam pau-brasil dos indígenas em troca de mercadorias como espelhos, facas, tesouras e agulhas. Tratava-se, portanto, de uma troca muito simples: o escambo, isto é, troca direta de mercadorias, envolvendo portugueses e indígenas.

Os indígenas davam muito valor às mercadorias oferecidas pelos portugueses, a exemplo de tesouras ou facas, que eram rapidamente aproveitadas em seus trabalhos. Mas, em termos de valor de mercado, o escambo era mais vantajoso para os portugueses, pois ofereciam mercadorias baratas, enquanto o pau-brasil alcançava excelente preço na Europa. Além disso, os indígenas faziam todo o trabalho de abater as árvores, arrumar os troncos e carregá-los até as feitorias. Não por acaso, os portugueses incluíam machados de ferro entre as ofertas, pois facilitavam imensamente a derrubada das árvores.

A exploração do pau-brasil, madeira valiosa para o fabrico de tintura vermelha para tecidos, foi reservada como monopólio exclusivo do rei, sendo portanto um produto sob regime de estanco. Mas o rei arrendava esse privilégio a particulares, como o comerciante Fernando de Noronha, primeiro contratante desse negócio, em 1501.

O exemplo da Nau Bretoa

A partir de 1511, entretanto, o rei procurou regulamentar a exploração e comercialização do pau-brasil por meio do Regimento da Nau Bretoa, documento mais conhecido sobre essas negociações. Aliás, a viagem da Nau Bretoa rendeu lucro extraordinário aos portugueses, pois levou para o reino mais de 5 mil toras de pau-brasil, pesando cerca de 100 toneladas.

O mais interessante nesse documento é o que ele revela sobre o cotidiano dos marujos: saíam para negociar com os nativos, dormiam com as nativas e muitas vezes sequer regressavam aos navios, práticas proibidas pelo regulamento. Muitos dos supostos "náufragos" desses primeiros tempos eram apenas desertores, que preferiam viver entre os indígenas a voltar para Portugal.

O pau-brasil foi a primeira grande riqueza da terra explorada pelos portugueses até a introdução da economia açucareira, na década de 1530. Estima-se que, no século XVI, mais de dois milhões de árvores tenham sido derrubadas. No século XVII, esse número foi ainda maior. A extração da madeira tintória continuou tendo grande importância até o século XIX.

O público e o privado: capitanias hereditárias e Governo-geral
No início do século XVI, cerca de 65% da renda do Estado português provinha do comércio ultramarino. O monarca português transformou-se em um autêntico empresário, agraciando nobres e mercadores com a concessão de monopólios de rotas comerciais e de terras na Ásia, na África e na América.

Apesar da rentabilidade do pau-brasil, nas primeiras décadas do século XVI a importância do litoral brasileiro para Portugal era sobretudo estratégica. A frota da Índia, que concentrava os negócios portugueses, contava com escalas no Brasil para reparos de navios de reabastecimento de alimentos e água. A presença crescente de navegadores franceses no litoral, também interessados no pau-brasil, foi vista pela Coroa portuguesa como uma ameaça.

O regime de capitanias



Para preservar a segurança da rota oriental, os portugueses organizaram a colonização do Brasil. A solução adotada por d. João III, em 1532, foi o sistema de capitanias hereditárias, que já havia sido utilizado na colonização do arquipélago da Madeira. O litoral foi dividido em capitanias, concedidas, em geral, a cavaleiros da pequena nobreza que se destacaram na expansão para a África e para a Índia.

Em suas respectivas capitanias (veja o mapa seguir), os donatários ficavam incumbidos de representar o rei no que se referia à defesa militar do território, ao governo dos colonos, à aplicação da justiça e à arrecadação dos impostos, recebendo, em contrapartida, privilégios particulares. Os direitos e deveres dos donatários eram fixados na carta de doação, complementada pelos forais.

Em recompensa por arcar com os custos da colonização, os donatários recebiam vasta extensão de terras para sua própria exploração, incluindo o direito de transmitir os benefícios e o cargo a seus herdeiros. Além disso, eram autorizados a receber parte dos impostos devidos ao rei, em especial 10% de todas as rendas arrecadadas na capitania e 5% dos lucros derivados da exploração do pau-brasil.

Governo-geral na Bahia

Foi por meio das sesmarias que se iniciou a economia açucareira no Brasil, difundindo-se as lavouras de cana-de-açúcar e os engenhos. Embora tenha começado em São Vicente, ela logo se desenvolveu em Pernambuco, capitania mais próspera no século XVI. As demais fracassaram ou mal foram povoadas. Várias delas não resistiram ao cerco indígena, como a do Espírito Santo. Na Bahia, o donatário Francisco Pereira Coutinho foi devorado pelos tupinambás. Em Porto Seguro, o capitão Pero do Campo Tourinho acabou se indispondo com os colonos e enviado preso a Lisboa.

A Coroa portuguesa percebeu as deficiências desse sistema ainda no século XVI e reincorporou diversas capitanias ao patrimônio real, como capitanias da Coroa. Constatou também que muitos donatários não tinham recursos nem interesse para desbravar o território, atrair colonos e vencer a resistência indígena. Assim, a partir da segunda metade do século XVI, a Coroa preferiu criar capitanias reais, como a do Rio de Janeiro. Algumas delas foram mantidas como particulares e hereditárias, como a de Pernambuco.

Porém, a maior inovação foi a criação do Governo-geral, em 1548, com o objetivo de centralizar o governo da colônia, coordenando o esforço de defesa, fosse contra os indígenas rebeldes, fosse contra os navegadores e piratas estrangeiros, sobretudo franceses, que acossavam vários pontos do litoral. A capitania escolhida para sediar o governo foi a Bahia, transformada em capitania real.

Tamoios e temiminós nas disputas coloniais
Nos primeiros trinta anos do século XVI, os grupos indígenas do litoral não sofreram grande impacto com a presença dos europeus no litoral, limitados a buscar o pau-brasil. É certo que franceses e portugueses introduziram elementos até então estranhos à cultura dos tupis, como machados e facas, entre outros. Mas isso não alterou substancialmente as identidades culturais nativas. A partir dos anos 1530, franceses e portugueses passaram a disputar o território e tudo mudou.

A implantação do Governo-geral português na Bahia, em 1549, não inibiu tais iniciativas. Mas foi na segunda metade do século XVI que ocorreu a mais importante iniciativa de ocupação francesa, do que resultou a fundação da França Antártica, na baía da Guanabara.

Caçadores de almas: os jesuítas

A catequese dos indígenas foi um dos objetivos da colonização portuguesa, embora menos importante do que os interesses comerciais. No entanto, a crescente resistência indígena ao avanço dos portugueses e a aliança que muitos grupos estabeleceram com os franceses fizeram a Coroa perceber que, sem a "pacificação" dos nativos, o projeto colonizador estaria ameaçado.

Assim, em 1549, desembarcaram os primeiros jesuítas, liderados por Manoel da Nóbrega, incumbidos de transformar os "gentios" em cristãos. A Companhia de Jesus era a ordem religiosa com maior vocação para essa tarefa, pois seu grande objetivo era expandir o catolicismo nas mais remotas partes do mundo.

Desde o início, os jesuítas perceberam que a tarefa seria dificílima, pois os padres tinham de lidar com povos desconhecidos e culturas diversas. A solução foi adaptar o catolicismo às tradições nativas, começando pelo aprendizado das línguas, procedimento que os jesuítas também utilizaram na China, na Índia e no Japão.

Com esse aprendizado, os padres chegaram a elaborar uma gramática que preparava os missionários para a tarefa de evangelização. José de Anchieta compôs, por volta de 1555, uma gramática da língua tupi, que era a língua mais falada pelos indígenas do litoral. Por essa razão, o tupi acabou designado como "língua geral".


Santidade indígena

Santidade foi o nome dado à maior rebelião indígena no Brasil durante o século XVI. O nome refere-se ao forte caráter religioso do movimento, liderado por um pajé chamado António, que tinha fugido de um aldeamento da capitania de Ilhéus. Ele dizia encarnar um ancestral dos tupinambás chamado Tamandaré, e que tinha o poder de falar com parentes falecidos. Pregava que os portugueses seriam todos mortos ou seriam escravizados pelos indígenas. Incentivou rebeliões que incendiaram igrejas e engenhos. António também dizia ser o "verdadeiro papa", enquanto alguns dos seus principais seguidores tinham nomes de santos, como São Luiz ou São Paulo, e sua mulher era chamada de "Santa Maria Mãe de Deus". O movimento foi destruído por ordens do governador-geral em 1585.


As missões

Havia a necessidade de definir onde e como realizar a catequese. De início, os padres iam às aldeias, onde se expunham a enormes perigos. Nessa tentativa, alguns até morreram devorados pelos indígenas. Em outros casos, eles tinham de enfrentar os pajés, aos quais chamavam feiticeiros, guardiões das crenças nativas. Para contornar tais dificuldades, os jesuítas elaboraram um "plano de aldeamento", em 1558, cujo primeiro passo era trazer os nativos de suas malocas para os aldeamentos da Companhia de Jesus dirigidos pelos padres.

Os jesuítas entendiam que, para os indígenas deixarem de ser gentios e se transformarem em cristãos, era preciso deslocá-los no espaço: levá-los da aldeia tradicional para o aldeamento colonial. Foi esse o procedimento que deu maiores resultados. Esta foi uma alteração radical no método da catequese, com grande impacto na cultra indígena. Os aldeamentos foram concebidos pelos jesuítas para substituir as aldeias tradicionais.

Os padres realizaram o grande esforço de traduzir a doutrina cristã para a cultura indígena, estabelecendo correspondências entre o catolicismo e as tradições nativas. Foi assim, por exemplo, que o deus cristão passou a ser chamado de Tupã (trovão, divinizado pelos indígenas). A doutrinação colheu melhores resultados com as crianças, já que ainda não conheciam bem as tradições tupis. A encenação de peças teatrais para a exaltação da religião cristã - os autos jesuíticos - foi importante instrumento pedagógico. Os autos mobilizavam as crianças como atores ou membros do coro.

Mas os indígenas resistiram muito à mudança de hábitos. Os colonos, por sua vez, queriam-nos como escravos para trabalhar nas lavouras. Os jesuítas lutaram, desde cedo, contra a escravização dos indígenas pelos colonos portugueses, alegando que o fundamental era doutriná-los, e assim conseguiram do rei várias leis proibindo o cativeiro indígena.

História (Ensino Médio). I Vainfas, Ronaldo. São Paulo, Saraiva, 2016. P. 249 a 257


a) Explique como funcionou o sistema de capitanias hereditárias na América Portuguesa.

b) Quais os objetivos da Coroa Portuguesa ao criar o Governo-geral em 1548?

c) Caracterize a posição assumida pelos jesuítas em relação à escravização de indígenas.

Passo 3: Elabore uma pesquisa sobre os bandeirantes, mencionando o seu papel em relação às populações indígenas. Qual era o papel deles?


Enviar as respostas para o meu e-mail: mirellef@prof.educacao.sp.gov.br



Bons estudos!